Qual é o papel da família dentro de uma sociedade organizada?
"A Igreja proclama a importância da família como unidade fundamental da estrutura da sociedade. A autoridade, a estabilidade e a vida de relação no seio da família constituem os fundamentos da liberdade, da segurança, da fraternidade no seio da sociedade. A família é anterior a todo reconhecimento pela autoridade pública, portanto impõe-se a ela. O matrimônio e a família têm sua base na ordem criada, confirmada pela Revelação. A Igreja por isso se opõe necessariamente à aprovação de leis humanas que ameacem, desrespeitem ou anulem essa ordem, tais como o caso dos projetos de lei que querem o reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo ou também poligamia.
Observamos uma fase de degradação moral e banalização dos valores familiares. O que isso pode trazer de ruim para as pessoas?
A visão redutiva da família nos espaços do debate político, legislativo e de comunicação debilita e deteriora a sociedade, a qual é pensada como uma aglomeração de indivíduos produtivos e funcionais às políticas do Estado ou de intereses comerciais.Se queremos uma sociedade pujante, criativa e em pleno desenvolvimento é necessário pensar sobre qual é a maneira e o ambiente natural mais adequado à condição que permite a pessoa desenvolver todo seu potencial a serviço da sociedade. Pensar que o Estado ou outros organismos podem substituir a família, é não somente um grave equívoco, mas também uma política que iria ao encontro dos mesmos interesses que o Estado quer defender. Por essa razão, é indispensável que a defesa e a promoção do matrimônio, da família e da vida sejam uma autêntica política do Estado.
Ainda falando sobre a banalização dos valores, o que a Igreja tem feito para combater isso?
Quatro ideias-chave sintetizam os comportamentos e iniciativas da Igreja no delineamento da sua atividade pastoral para superar a relativização e banalização dos valores familiares: Evangelizar a família; celebrar e rezar com família e em família; relacionar-se como família e agir solidariamente pela família. As ações imediatas e possíveis que vislumbramos para reafirmar a importância da família, estão em atingir os Meios de Comunicação Social; intensificar a formação e a divulgação por meio internet; incentivar a implantação da Pastoral Familiar em todas as paróquias; articulação também fora da Igreja e generalizar a formação. Além disso, como indica o documento de Aparecida, a necessidade urgente da promoção, formação e ação de leigos competentes, animá-los a que se organizem para defender a vida e a família e estimulá-los a participar em organismos nacionais e internacionais. Requer-se ainda que os meios de comunicação, os poderes públicos, os profissionais de saúde, as universidades, o sistema educacional, as empresas, as instituições e os organismos não-governamentais e todas as Igrejas sejam amigos e promotores dos valores da família.
Como fazer para engajar todos os membros da família na prática religiosa?
Concretamente, julgamos ser adequada uma metodologia que dê atenção individual - pessoa a pessoa (ir ao encontro); trabalho missionário articulado com o social - busca dos excluídos/afastados e famílias machucadas; pequenos grupos de caminhada; encontros/retiros para: casais, noivos, jovens namorados, divorciados em nova união; viúvos/as, atividades articuladas com forças da Igreja, tais como: as pastorais, os movimentos, os serviços e os institutos familiares, por exemplo; estabelecer relacionamento com MCS da Igreja e de fora dela; atuar nos MCS e reagir ativamente, atuação política em defesa da família e de suas condições de vida, uso do testemunho positivo, trabalho com continuidade e orientação, organização de eventos e trabalhos na comunidade etc.
O casamento tem sido visto cada vez mais como algo descartável. Por que isso acontece?
“A família encontra-se no meio de uma tempestade” disse o Papa Bento XVI em sua visita a Lourdes. Por outro lado, o Papa João Paulo II na Familiaris Consortio (1981) diz: “o futuro da humanidade passa através da família”. Tenho percebido que muitos casais têm dado ouvido a muitas coisas que contaminam a santidade do matrimônio. É preciso ouvir mais a Deus e ter maior sensibilidade à voz do Espírito Santo. A fé nasce da escuta da Palavra de Deus e do encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Isto exige que se dê mais atenção às estratégias do coração de Deus, para nossas famílias. É preciso mais cuidado com os conselhos que se ouve a respeito da família. Alguns cônjuges por darem ouvido a quem não deviam acabam entrando em verdadeiras dificuldades e ouvindo ofensas que só desgastam o seu relacionamento. Enfim, vejo que é urgente e necessário recuperar o verdadeiro sentido de família, como Deus a pensou (cf. Gn 1,26-27). A vida de nossas famílias é em Cristo o primeiro e fundamental caminho que devemos transmitir para responder adequadamente aos desafios de nosso tempo."
Esse texto foi retirado do Blog das ENS de Caiacó - RN, que por sua vez, teve como fonte o site da Pastoral da Família. Na coluna, à esquerda, temos vários links de sites e blogs dos Equipistas do Brasil para enriquecer nossos momentos na internet. Visitem. Inspirem-se. Contribuam conosco.
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