sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ouça a voz do Pe. Caffarel


Tradução de trecho da palestra do Pe.Caffarel intitulada “Os Começos”

“Em 1959 a questão se colocou da seguinte maneira: vejamos, as ENS são um movimento de iniciação à espiritualidade conjugal e familiar? Mas se são um movimento de iniciação, deve-se deixa-lo logo que se completa a iniciação? Uma criança não fica a vida toda no jardim de infância. Na verdade sentia-se o perigo de que as Equipes tornem-se creches de adultos. Ou então nosso Movimento seria um movimento de perfeição. E a resposta, no momento desse Encontro de Roma, foi que as Equipes devem ser tanto um movimento de iniciação quanto um movimento de perfeição.
É simples ser um movimento de iniciação. Um movimento de perfeição exige uma porção de regras que permitam aos que dele fazem parte progredir em suas propostas.

É preciso resumir os elementos do carisma fundador tal como foram se desenvolvendo ao curso desses anos. Eu os introduzo, são sete:
* Primeiramente: o casamento é uma obra de Deus e a obra querida de Deus;
* Em segundo lugar: o casamento tem uma alma que é o amor e negligenciar o amor é condenar o casamento;
* Em terceiro lugar: homem e mulher não podem ser fiéis ao amor sem o socorro de Cristo, eis porque Ele instituiu o sacramento do matrimônio e é necessário aprofunda-lo;
Em quarto lugar: o cristão casado, como os outros, como os monges, é chamado à santidade. É esta é uma descoberta original, o Concílio ainda não havia sido realizado, mas depois veio insistir fortemente no convite à santidade dos leigos;
Em quinto lugar: a aliança conjugal comporta uma imensa riqueza, mas também grandes exigências;
Em sexto lugar: faz-se necessário e indispensável elaborar uma espiritualidade de casal, esta não pode ser a espiritualidade do solteiro ou do monge;
Em sétimo lugar: isto não pode ser bem vivido sem a ajuda de um movimento para orientar o pensamento e enquadrar a vida.

Eis o que foi bem visto do carisma fundador.
Agora vou dizer o que foi bem menos observado.
Primeiramente, entusiasmado com vocês jovens casais ricos de amor, pensei que o amor seria o grande fator da perfeição, seria bastante dizer-lhes: sejam fiéis ao amor. Mas era preciso ter lembrado que Cristo assegura dois meios para os que desejam atingir a perfeição: o amor e a abnegação. Deus quer a perfeição do cristão, Deus quer a perfeição do casal, Deus deseja que o ser humano torne-se perfeito. Ele não desejará que se tornem infiéis ao amor e à abnegação, quero dizer, ao dom de si e a renúncia de si. O amor e a abnegação são as duas faces da medalha. Não existe amor sem abnegação e uma abnegação que não comporte amor é uma abnegação impossível de praticar.”

Extraído do Documento de Chantilly

Este post foi copiado com muita alegria do Blog do 2o Encontro Nacional das ENS.

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